Autodesk se prepara para atender à indústria digital

Postado em: 15 / 09 / 2015

Kit completo para início de impressão 3D concebido pelos pesquisadores do Powered Spark

Kit completo para start em impressão 3D concebido pelos pesquisadores do Powered Spark

Maria Edicy Moreira

A Autodesk mostrou, durante a conferência Autodesk University, no dia 03 de setembro, em São Paulo, como está se preparando atender à indústria digital (também chamada de 4ª revolução industrial), que já começou a acontecer e promete muitas mudanças na atual produção industrial, afetando diretamente os fornecedores de tecnologia para as indústrias de manufatura e AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).

Andrew Anagnost, vice-presidente sênior da Autodesk, responsável pelas áreas de marketing e estratégias para indústrias, abordou o tema “Future of Making Things” por meio do qual apresentou a visão da Autodesk sobre as transformações que estão acontecendo nas indústrias e como a companhia está respondendo a essas mudanças que apontam para uma indústria focada na produção personalizada e sob demanda.

O executivo mostrou como as novas tecnologias estão alterando todo o processo de design, produção e entrega do produto final ao consumidor. Segundo ele, no futuro haverá uma grande ruptura na forma como os produtos são desenhados e produzidos hoje. Aos poucos as grandes indústrias, com sua produção em série e em larga escala darão, lugar a pequenas empresas que irão fabricar produtos personalizados.

Andrew Anagnost: Produtos serão produzidos em pequenas fábricas

Andrew Anagnost: Produtos personalizados serão produzidos em pequenas fábricas

Além de estarem mais atentos aos desejos dos consumidores, Anagnost disse que os designers e projetistas trabalharão de forma colaborativa via nuvem podendo trocar mais ideias e usá-las em diversos estudos de design antes de chegar ao produto final. A solução da Autodesk para nuvem, 3D Fusion, já dispõe de softwares para design do produto, simulações e análises do protótipo digital e visualização do modelo em 3D.

O uso dessas tecnologias via nuvem permite aprimorar e personalizar cada vez mais o design dos produtos. Uma moto, por exemplo, poderá ter seu design aprimorado visando à diminuição do peso do produto e, consequentemente, a redução do consumo de materiais. Além disso, a fabricação da moto poderá ser toda feita em uma impressora 3D, que permite produzir componentes com formas mais orgânicas.

Anagnost chamou a atenção para outra tendência que começa a acontecer nos Estados Unidos: o surgimento de empresas especializadas na montagem micro fábricas cheias de robôs, impressoras 3D, fresadoras, cortadoras a laser, cortadora de vinil etc. para atender às novas demandas dos consumidores, que buscam produtos personalizados.

O executivo reconhece que estas fábricas ainda não são perfeitas e não são capazes de produzir 100 peças na impressora 3D, mas ele acredita que em seis anos estarão fabricando carros inteiros e não vão mais precisar mais de solda, por exemplo, mudando os atuais conceitos da indústria de automóveis. “Isso não quer dizer o fim da manufatura tradicional, mas poderá haver micro fábricas que irão complementar as grandes indústrias”.

Anagnost observou que o conceito tradicional de manufatura em grandes séries faz parte da cultura da geração baby boomer (pessoas que foram jovens nos anos 60 e 70) e que a nova geração (que nasceu na era das mídias sociais, dos smartphones e da Internet) não vai querer produtos descartáveis como temos hoje. Em um futuro próximo essa nova geração vai preferir produtos que durem mais e que sejam personalizados, produzidos especialmente para cada consumidor em uma fábrica próxima a ele e não do outro lado do mundo. Em função disso a indústria do futuro vai concorrer com seu vizinho e não mais com o mundo como acontece hoje no nosso mundo globalizado.

Solução da Autodesk para nuvem,  Fusion 360, conta com softwares para design, simulação e visualização

Solução da Autodesk para nuvem, Fusion 360, conta com softwares para design, simulação e visualização

Para provar que esse futuro não está tão distante, Anagnost apresentou o FAB LAB, um espaço no qual as pessoas se encontram para transformar suas ideias e projetos em realidade por meio do acesso a softwares disponíveis na nuvem e aos meios de produção digital feito com impressoras 3D, fresadoras, cortadoras a laser, robôs etc. Hoje já existem 547 FAB LAB no mundo. O Brasil soma 14 instalações, sendo quatro em São Paulo. Durante a Autodesk University a Autodesk convidou Eduardo Lopes para apresentar o Garagem FAB LAB, um dos primeiros FAB LAB instalados em São Paulo, do qual é um dos fundadores.

O primeiro FAB LAB surgiu no Massachusetts Institute of Technology (MIT), mais especificamente no laboratório interdisciplinar chamado Center for Bits and Atoms (CBA) fundado em 2001 pela National Science Foundation (NSF). Concebido sob a liderança de Neil Gershenfeld, professor e diretor do CBA, o FAB LAB tem como objetivo o interesse pela revolução digital e, em particular, pela fabricação digital de produtos e máquinas que possam democratizar esse tipo de fabricação.

 

Veja no vídeo acima como funciona o Garagem FAB LAB e os resultados já alcançados pelo laboratório

Ainda com foco na democratização das tecnologias que irão viabilizar as micro fábricas digitais Anagnost apresentou o projeto Spark Powered, que tem como objetivo contribuir para o aprimoramento e desenvolvimento de novas tecnologias para impressão 3D. A Autodesk criou um fundo de investimento para desenvolver um ecossistema que tem como objetivo catalisar o desenvolvimento de impressoras 3D, novos materiais e softwares que viabilizem novos meios de produção digital.

A Autodesk colocou à disposição do fundo Spark Powered seu ambiente aberto de desenvolvimento de produtos na nuvem, 3D Fusion, permitindo aos pesquisadores compartilharem ideias e desenvolver novos softwares, novos materiais e impressoras 3D mais baratas e que possam ser usadas efetivamente como um meio de produção democrático, inclusive nas micro fábricas do futuro.

Na área de softwares, os participantes do Spark Powered estão trabalhando na criação de um conversor de arquivos padrão inspirado no Post Scrip usado na área de artes gráficas. “Vamos ter um ‘post script´ para impressão 3D”, disse Marcelo Landi, diretor da Autodesk Brasil. Além disso, o executivo contou que o Spark Powered está buscando solução para problemas que ainda afetam as atuais impressoras 3D.

Para saber mais sobre o Spark Powered acesse: https://spark.autodesk.com

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