Siemens PLM Connection traz projetista do Curiosity a SP
Postado em: 30 / 11 / 2012
A animação criada pelo JPL mostra a viagem do Curiosity e sua chegada a Marte em agosto de 2012
Maria Edicy Moreira
Desenvolver um veículo totalmente autônomo como o Curiosity Mars Rover, com capacidade para pousar suavemente em Marte sem ajuda do homem e ainda enviar informações coletadas no distante planeta é um trabalho altamente desafiante por vários motivos. O principal deles é que não há como testar o pouso e as funcionalidades do veículo na Terra por falta das condições atmosféricas de Marte.
Esses e outros detalhes sobre os desafios que os designers e engenheiros enfrentaram durante a concepção e o projeto do Curiosity foram contados por Bill Allen, engenheiro sênior da equipe do JPL (Jet Propulsion Lab), laboratório que projetou o Curiosity para a NASA. O engenheiro esteve em São Paulo no dia 6 de novembro de 2012 para apresentar na conferência Siemens PLM Connection, o case sobre o uso do PLM da Siemens no desenvolvimento do Curiosity.
“Temos uma única chance para acertar. Não temos linha de produção, estamos sempre projetando um produto único, sem poder testá-lo em condições reais”, disse o engenheiro. Por isso, ele destacou a importância dos softwares para projeto mecânico, simulação e colaboração que compõem o PLM da Siemens para atestar a confiabilidade do projeto e eliminar riscos.
Segundo ele, o PLM da Siemens está ajudando as equipes do JPL a melhorar os veículos que projeta como o Curiosity sem desperdiçar recursos, tempo e dinheiro. “Os prazos para o desenvolvimento e fabricação dos veículos estão cada vez mais apertados, a curva de complexidade cresce exponencialmente e nossas equipes têm que se superar a cada projeto. Por isso o PLM está no centro do projeto oferecendo às nossas equipes softwares para design, engenharia mecânica, análise térmica e dinâmica, cabeamento, montagem…”
Uma das façanhas do Curiosity foi sua capacidade de se prepara para o pouso. Depois de viajar a uma velocidade de 112.654.08 quilômetros por hora, ao entrar na atmosfera de Marte, em 5 de agosto de 2012, o veículo reduziu sua velocidade para 20.921.47 quilômetro por hora e, ao se aproximar do ponto de pouso, a uma altura de 21 metros da superfície, diminuiu a velocidade para menos de 3.218.68 quilômetros por hora, em apenas sete minutos.
Quando pairava acima do solo, o módulo de transporte do Curiosity baixou-o em um guindaste para um pouso suave sem nenhuma assistência da Terra. Além disso, em sua viajem de oito meses e meio até Marte o veículo resistiu a temperaturas de135 a 1500 graus Celsius.
Toda essa proeza se deve à criatividade e à competência dos designers e engenheiros do JPL e à contribuição do NX da Siemens PLM que foi implementado de ponta a ponta como uma plataforma integrada de projeto mecânico oferecendo soluções de CAD/CAE/CAM para desenvolver as partes mecânicas do Curiosity, incluindo modelagem estrutural feita no NX CAD e simulações no Femap. Com essas ferramentas a equipe do JPL pôde realizar pela primeira vez centenas de simulações para planejar várias condições, algumas impossíveis de replicar na Terra.
Representantes da NASA e do JPL comentam sobre o uso do PLM da Siemens no projeto do Curiosity
O JPL utilizou também o Teamcenter da Siemens PLM para gerenciar as informações sobre o projeto e fabricação do veículo e todo o ciclo de vida do processo digital, integrando as equipes de desenvolvimento amplamente dispersas. Assim, com o apoio dos softwares para projeto mecânico e o Teamcenter a equipe de desenvolvimento foi capaz de projetar digitalmente, testar, montar e simular todo o Curiosity antes de produzir um único protótipo físico. “Os softwares da Siemens PLM nos trouxeram uma solução de ponta a ponta”, disse Allen.
O engenheiro contou que o uso do PLM da Siemens começou devagar, pois a equipe não tinha experiência no uso desse tipo de software no projeto de veículos como o Curiosity. “Não tínhamos um histórico sobre o uso do PLM nesse tipo de projeto, por isso começamos do zero e a complexidade do projeto era o maior desafio. Precisava de muito planejamento e muito retrabalho e a Siemens PLM nos ajudou a solucionar os problemas.”
Além da capacidade dos designers e engenheiros do JPL e da contribuição do PLM da Siemens, um projeto com as dimensões do Curiosity depende também de sorte. Por isso, Bill Allen finalizou sua apresentação na Siemens PLM Connection, em São Paulo dizendo: “Quando o Curiosity aterrissou em Marte precisávamos de muita sorte e tivemos. Foi o melhor projeto que já fizemos. Depois de muito trabalho duro, deu tudo certo.”