Veja como o gêmeo digital (espelho) muda a manufatura real

Postado em: 13 / 05 / 2016

 

Paulo Costa da Siemens

Paulo Costa VP Siemens

Paulo Costa

Consumidores mais exigentes e mercados extremamente voláteis e disputados. Neste cenário de grandes desafios, os processos de produção tornam-se cada vez mais complexos. As  indústrias precisam ter controle total sobre o processo de produção para evitar desperdício, reduzir custos, serem mais ágeis, garantir a qualidade e manter sob controle todo o ciclo de vida de seus produtos.

Para gerenciar esse ambiente adverso, o virtual e o real devem caminhar cada vez mais juntos dentro das indústrias, como um espelho um do outro. Ao lado da fábrica real, o conceito de digital twin (gêmeo digital) desempenha um papel essencial no futuro da manufatura. Esse termo é utilizado para descrever uma cópia digital que é criada e desenvolvida simultaneamente com uma fábrica real – de preferência, desde o seu projeto.

Um exemplo? O sistema inovador de transporte da fabricante alemã de máquinas Optima foi mapeado digitalmente. A empresa produz equipamentos para produção de embalagens para várias indústrias e adotou um sistema de mecatrônica que pode ser testado, desenvolvido e validado digitalmente. Isso permite que as ideias sejam avaliadas e aprimoradas antes mesmo que a fabricação comece.

Os dados da máquina real foram carregados no modelo durante a fase de projeto. Isso resulta em um gêmeo digital que permite a simulação de mudanças de operação e fluxo de produto ao longo de todo o ciclo de vida da máquina.

Com o uso de uma conexão à nuvem computacional, é possível avaliar dados de indicadores principais de performance como itens produzidos, análise de tempo de inatividade, taxa de falhas e dados de energia. Ao utilizar ferramentas para a digitalização do ciclo de vida da máquina, o usuário ganha flexibilidade na fase de projeto e operação.

O gêmeo digital surge como um dos pilares de uma nova revolução, batizada de Indústria 4.0, número que faz alusão às mudanças históricas impulsionadas anteriormente pelas máquinas a vapor, pela eletricidade e pela automação.

Nessa indústria, as várias etapas de produção de um equipamento estão conectadas, com robôs e softwares de gerenciamento identificando alterações que acontecem no processo e tomando as medidas necessárias.

Com essa digitalização, é possível oferecer processos eficientes de automação, reduzir o desperdício e o tempo de produção, além de agregar valor e permitir a oferta de produtos diferenciados.

Cabe às empresas que oferecem os softwares necessários para a criação do gêmeo digital sempre demonstrar, com exemplos concretos, como a cópia digital das máquinas reais e suas capacidades de simulação tornam os processos de negócios de seus clientes mais flexíveis e eficientes. E muitos desses recursos já estão disponíveis atualmente. Não é preciso esperar pelo futuro.

Paulo Costa é vice-presidente da Siemens Industry Software para a América do Sul

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