Autodesk usa nuvem e mobilidade para conquistar usuários

Postado em: 19 / 06 / 2012

 

Veja acima como funciona o SketchBook Pro que atende usuários do iPad leigos e profissionais  

Maria Edicy Moreira

A Autodesk realizou recentemente, em São Paulo, o Autodesk Brazil Blogger Day, para mostrar a um grupo de blogueiros sua nova cara no mercado de tecnologias para design e entretenimento. Acir Marteleto, diretor geral da Autodesk Brasil, observou que Brasil está vivendo um momento interessante economicamente e colhe os benefícios da expansão da banda larga e dos dispositivos móveis.

O executivo chamou a atenção para os 52 milhões de usuários de banda larga já existentes no Brasil, com previsões de o país chegar a 75 milhões até o final de 2012; e à 4ª posição, em nível global, como país usuário de banda larga em 2014. Isso, segundo ele, impacta a vida dos usuários de softwares, assim como o aumento do uso dos dispositivos móveis, que começa a se tornar realidade no Brasil, gerando demanda por novos softwares e serviços de computação na nuvem.

Diante dessas mudanças, que acontecem no Brasil e no mundo, a Autodesk percebeu que era preciso mudar suas estratégias de desenvolvimento de softwares para atender à nova realidade dos usuários leigos e profissionais. Por isso, vem investindo em aplicativos para dispositivos móveis e em serviços de computação na nuvem para não perder o bonde da tecnologia e conquistar o grande público, segmento de mercado no qual até bem pouco tempo era totalmente desconhecida.

Acir Marteleto lembrou que a Autodesk começou há 30 anos com um produto só, o AutoCAD, uma versão eletrônica da prancheta tradicional, e nas últimas três décadas a empresa se dedicou a desenvolver uma série de novidades para aprimorar o AutoCAD e oferecer novos softwares de design para projetos em 3D, animação, renderização, games, filmes e assim melhorar a vida dos usuários.

 

Acir Marteleto: Até o final de 2012 deveremos chegar a aproximadamente 100 milhões de usuários

Depois vieram as aquisições de dezenas de produtos como Inventor, CAD para manufatura, o Revit, CAD para arquitetura, entre outros. Com esses produtos para desktop a empresa conquistou nos seus 30 anos de existência 12 milhões de usuários: engenheiros, projetistas, designers, animadores e criadores de games e filmes.

O grande salto na conquista dos usuários aconteceu nos últimos três anos quando a Autodesk decidiu apostar nos aplicativos para dispositivos móveis voltados a design. “Nos últimos três anos nossa base de usuários saltou de 12 milhões para 67 milhões, considerando usuários leigos e profissionais. “O que fizemos em 30 anos foi quintuplicado em três anos, aumentando nosso conhecimento entre os usuários profissionais e nos tornando conhecidos entre os usuários leigos. Até o final de 2012 deveremos chegar a 100 milhões de usuários”, prevê Marteleto.

Além dos aplicativos para dispositivos móveis, a computação na nuvem também vem ajudando a Autodesk a expandir sua base de usuários. “O uso dos softwares na nuvem marca um avanço na Autodesk graças à forma como oferecemos acesso às nossas tecnologias. Isso também faz parte da nossa estratégia para o futuro. Nosso objetivo é que, desde a criança de nove anos até o usuário profissional, tenham ferramentas adequadas para começar a “brincar” com design ou chegar às aplicações profissionais”, disse Marteleto.

 

Usando design para comunicar ideias e projetos

Pinto: Com a evolução das tecnologias para design está ficando mais fácil se comunicar por imagens

Márcio Pinto, gerente de marketing da Autodesk Brasil, mostrou em sua apresentação que hoje, com as tecnologias de software para design todo mundo pode desenhar, seja profissional ou amador. “Queremos mostrar como as tecnologias Autodesk estão mudando a vida de quem projeta e precisa se comunicar por meio de desenhos e também a vida dos usuários leigos.”

O gerente de marketing lembrou que antes da escrita o homem comunicava suas ideias por meio de desenhos, usando o carvão ou outros meios naturais. Com o surgimento da escrita em 3.500 a.C. e, mais recentemente da prensa móvel, inventada pelo alemão, Johannes Guttenberg, em 1440 d.C, houve uma separação entre a escrita e o desenho.

 Ao longo dos séculos a escrita se tornou mais eficiente que o desenho na hora de passar uma informação deixando as imagens relegadas ao mundo da arte. Porém, isso está mudando. Hoje com a evolução das tecnologias para design está ficando mais fácil se comunicar por imagens, basta ver filmes como Avatar, Homem de Ferro etc. e as centenas de games criados com os softwares Autodesk.

Assim as esculturas, que antes eram criadas por artistas clássicos em mármore e outros materiais, passam a ser criadas a partir de modelos digitais com movimentos, permitindo conceber formas de comunicação por imagens nunca imaginadas.

 

Esculturas modernas criadas nos softwares da Autodesk são usadas hoje na indústria de filmes e games

Márcio Pinto explicou ainda que essa evolução alcançada com os softwares Autodesk no mundo dos games e filmes começa a se expandir em direção às áreas mais técnicas como as indústrias dos setores de manufatura, AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), infraestrutura e de plantas industriais, nas quais engenheiros, designers de produtos e arquitetos ganham novas ferramentas para comunicar suas ideias e projetos de forma mais interativa e com mais eficiência por meio de modelos digitais em 3D.

Pinto contou que na Autodesk a transferência das tecnologias de games e filmes para as áreas técnicas começou a acontecer quando o CEO da companhia, Carl Bass, percebeu que seu filho comprava games com alta tecnologia de comunicação por imagens por US$ 50,00 enquanto as indústrias gastavam fortunas em softwares e hardware e não tinham ferramentas para comunicar suas ideias e intenções de projetos com a mesma eficiência, principalmente aos leigos. Os profissionais técnicos tinham no máximo desenhos 2D ou perspectivas simples.

Então Bass percebeu que uma forma de solucionar o problema seria colocar nas mãos dos engenheiros, designers e arquitetos as mesmas tecnologias sofisticadas de renderização, animação e visualização, além das bibliotecas de materiais de acabamento usadas para criar games e filmes, para que esses profissionais pudessem conversar mais facilmente com seus clientes.

Assim as tecnologias dos softwares da área de entretenimento passaram a ser inseridas nos softwares voltados aos designers e engenheiros, democratizando aquela tecnologia que estava ao alcance apenas dos criadores de conteúdo para entretenimento. Isso trouxe vários benefícios aos profissionais técnicos permitindo-lhes comunicar melhor suas ideias e intenções de projetos e aprimorar seus produtos, tudo com muito realismo.

 

Carl Bass, CEO da Autodesk, que apostou na transferência das tecnologias de games para áreas técnicas

“A ideia de projeto na concepção da Autodesk não é só fazer um registro da forma. Hoje projetar para a Autodesk é ter alternativas para conversar com o cliente que não tem conhecimento técnico, apresentando a ele algo que parece real ou até melhor que o real. É uma forma de visualizar alternativas de projeto e de organização, não só para mostrar como será o produto ou prédio quando pronto, mas como vai ser construído”, disse Márcio Pinto.

Ele contou que na Autodesk está havendo também uma integração entre todos os softwares da empresa, que agora são empacotados em suítes. Assim diminuiu-se aquela barreira que dividia os softwares para manufatura de um lado e para AEC, infraestrutura ou entretenimento do outro. Os comandos dos softwares estão cada vez mais integrados e os projetos estão ficando multidisciplinares, demandando ao mesmo tempo softwares de AEC, manufatura, infraestrutura, plant design etc.

O software de visualização Showcase, por exemplo, inicialmente voltado ao segmento de mecânica, principalmente indústria automotiva, hoje é usado também na área de AEC, infraestrutura e plant design, permitindo visualizar o modelo 3D, fazer alterações e ver as mudanças em tempo real para discutir com os clientes e validar o design.

“Estamos falando de um projeto arquitetônico complexo no qual o arquiteto usa o Showcase para apresentar e validar o projeto em tempo real, sem ter de esperar pela renderização, criando até simulações de multidões percorrendo espaços urbanos para estudos de cidades. É possível projetar uma ponte e simular os veículos percorrendo essa ponte criando uma forma muito mais apropriada e emocional de vender o projeto. Pinto observou que com os recursos do Showcase e dos softwares para a área de entretenimento já é possível até criar filmes realistas ou games para vender as ideias e projetos de produtos e de AEC, infraestrutura ou plant design.

 

Showcase, de manufatura, pode ser usado apresentar e validar projetos aquitetônicos em tempo real

Os designers e engenheiros usam o Showcase em salas de realidade virtual para validar o design de automóveis, por exemplo, e depois usam as imagens para gerar filmes realistas para lançamento do produto e catálogos. Da mesma forma como a Alstom usa a sala de realidade virtual para mostrar aos clientes as muitas configurações dos vagões que fabrica seja para metrôs, linhas férreas etc. “Estamos falando de tecnologia de Hollywood a disposição da indústria”, disse Márcio Pinto.

O usuário leigo também não foi esquecido pela Autodesk na hora de criar ferramentas para que as pessoas possam expressar suas ideias por meio de imagens. O 123D é um software grátis voltado a pessoas que buscam o primeiro contato com o mundo 3D. Permite fazer esculturas nos dispositivos móveis sem pegar na argila. Além de capturar fotos, renderizar na nuvem e criar esculturas para imprimir em impressoras 3D. Graças à mobilidade e à nuvem a tecnologia que vem de Hollywood já não está restrita aos profissionais, está disponível também para os leigos, atingindo um número exponencial de usuários.

Além do 123D, existem ferramentas Autodesk que permitem aos leigos tirar a foto de uma bicicleta ou de um carrinho de rolimã, por exemple, e usá-la como base para desenhar seu próprio modelo utilizando recursos sofisticados de simulação comuns na indústria. Tudo isso faz com que o usuário leigo explore as tecnologias de Hollywood e de manufatura para conceber seus produtos.

“Queremos que o mundo do design seja democrático. Hoje não é preciso ter os equipamentos e softwares caros de 30 anos atrás para desenhar. Qualquer pessoa pode brincar com o SketchBook ou o 123D no iPad. Pode fazer caricaturas para ganhar a vida como desenhista profissional ou ser apenas um entusiasta do desenho”, disse Pinto.

 

AEC

Ricardo Mello: Hoje oferecemos ao mercado soluções para imaginar, projetar e criar um mundo melhor

Ricardo Bianca de Mello, especialista técnico em AEC e urbanismo, da Autodesk Brasil, falou da migração das tecnologias Autodesk de Hollywood para as indústrias de AEC, infraestrutura e plant design. “Hoje oferecemos ao mercado soluções para imaginar, projetar e criar um mundo melhor. A Autodesk tem redefinido o projeto e a colaboração na área de AEC não só trazendo produtos para atender às demandas de mercado, mas criando tendências, trazendo inovações e mudando de fato na forma como é feito o desenvolvimento de projetos nessas áreas”, disse Mello.  

Ele destacou duas tecnologias que estão revolucionando a indústria da construção: a BIM (Building Information Modeling ou Modelagem da Construção) e o processamento na nuvem. A tecnologia BIM surgiu no Revit, software inicialmente voltado à arquitetura que hoje tem versões também para infraestrutura e plant design.

A tecnologia BIM é a solução da Autodesk que transforma o modelo 3D de um edifício, de uma ponte ou de uma planta industrial ou plataforma de exploração de petróleo e gás em modelo de informação 3D, facilitando o estudo de alternativas, simulações e análises de projeto e, consequentemente, a comunicação de ideias junto aos clientes e outras pessoas envolvidas no processo, principalmente as leigas. Mello observou que com a globalização a indústria está se tornando altamente competitiva, empresas de projeto da Europa e EUA estão atuando no Brasil, por isso a busca pela eficiência se tornou crucial, e a tecnologia BIM é uma das ferramentas para se alcançar essa competitividade.

Simulação de ventilação feita em centro de cirurgia concebido no Revit e analisado em software de CFD

Segundo ele, os novos modelos de negócios na área de AEC representam o fim da separação dessa indústria em ciclos. “Hoje temos equipes multidisciplinares, equipes geograficamente distribuídas, arquitetos que geram projetos no Brasil em parceria com uma empresa de engenharia da Alemanha, e a saída para tornar isso viável é a inovação tecnológica baseada em BIM, soluções de mobilidade, conectividade e processamento na nuvem. Só assim a indústria da construção vai poder atender à demanda do mercado, demanda por sustentabilidade, exigências de especificações particulares e prazos e orçamentos cada vez mais curtos. Para facilitar a vida dos usuários a Autodesk vem trabalhado na integração de seus softwares. “Hoje não falamos em produtos isolados, mas em um conjunto de soluções”, disse Mello.

Para mostrar a convergência entre os softwares Autodesk das áreas de engenharia mecânica e AEC, Mello mostrou o estudo de uma sala de cirurgia nos EUA no qual um modelo 3D gerado no Revit, usando a tecnologia BIM, teve a ventilação e a climatização do ambiente analisadas em um software de CFD para análise de fluidos, tradicionalmente usado na área de mecânica. A tecnologia ajudou a eliminar uma zona de estagnação de vento que, pelos processos tradicionais de análise, ficava sobre a mesa de cirurgia, podendo aumentar os índices de infecção hospitalar. Mello citou ainda outro projeto multidisciplinar no qual o CAD mecânico Inventor foi usado na área de infraestrutura para projetar pinos de um painel de vidro.

A Autodesk tem ainda o Navisworks que permite fazer simulações sobre o modelo BIM para a checagem de interferências entre elementos construtivos em um edifício, planta industrial ou em uma ponte. Na escala de cidades o software permite simular intervenções na paisagem para escolher a melhor alternativa de projeto levando em conta a paisagem urbana e até fenômenos naturais.

Para explorar a tecnologia de processamento na nuvem na indústria da construção a Autodesk criou aplicativos móveis que hoje fazem parte da suíte Autodesk 360 e oferecem serviços de armazenamento, colaboração e renderização. Também permitem fazer estudos sobre o consumo de água, energia, além de realizar simulações e análise estrutural. 

 

Manufatura

Jeferson Stutz: Indústria tem desconexão

Jeferson Stutz, executivo de soluções de manufatura da Autodesk Brasil, falou da convergência das soluções Autodesk para a área de manufatura, que representa o segundo maior mercado da companhia. Ele chamou a atenção também para falta de competitividade da indústria brasileira e a importâncias das tecnologias de design para integrar os fluxos de trabalho das indústrias permitindo-as reduzir custos e acelerar os processos de desenvolvimento, além de melhorar a qualidade de seus produtos.

Stutz observou que a indústria brasileira tem problemas de desconexão entre engenharia, manufatura, compras, qualidade, marketing, vendas etc. “Se formos visitar uma indústria veremos que ela tem um grupo que faz especificações de mercado, outro que faz design conceitual e envia dados para a engenharia, que depois de realizar seu trabalho manda o projeto para o grupo análise e simulações, que manda para a manufatura até o produto ficar pronto. O que está errado nesse fluxo de trabalho, segundo Stutz, é que ninguém reaproveita o conhecimento que veio da etapa anterior, aumentando o tempo de desenvolvimento e os custos de produção.

Por isso a Autodesk vem trabalhando a integração de seus softwares, em nível de comandos e bibliotecas de materiais, para ajudar às indústrias de manufatura a trabalhar com um fluxo contínuo e integrado de informações durante todo o ciclo de vida do produto, evitando que as pessoas envolvidas no processo tenham que recomeçar o projeto quase do zero toda vez que ele mudar de fase.

 “Temos softwares integrados para design, simulação, visualização, fabricação, marketing e vendas. São soluções que atendem ao fluxo de trabalho da indústria de forma integrada, trazendo até tecnologias da área de entretenimento para ajudar os designers e engenheiros a comunicar suas ideias de forma mais eficiente”, disse Stutz.

 

Imagem do Air Cross, da PSA, gerada no Showcase e finalizada no 3ds Max para publicidade

 

Ele contou que uma das empresas que já vem usando essas ferramentas é a PSA, fabricante das marcas Peugeot e Citroën, que tem um Centro e Realidade Virtual, em São Paulo, no qual usa o Showcase da Autodesk para validar o design dos automóveis, visualizando em tempo real o resultado das mudanças solicitadas. Além disso, os modelos gerados no Showcase são trabalhados no 3ds Max, tradicionalmente usado na área de entretenimento, para criar material de marketing, publicidade até os catálogos dos veículos.

As soluções da Autodesk no setor de manufatura permitem também realizar diversos tipos de simulação para avaliar a resistência estrutural e térmica do produto, por exemplo. A tecnologia é usada também para avaliar a quantidade de matéria-prima para se fabricar um produto como solda, cabos elétricos etc. Simulações estas que podem ser feitas utilizando o serviço de computação na nuvem Autodesk 360.

A suíte de Fábrica Digital da Autodesk permite desenvolver modelos digitais de linhas de produção utilizando ferramentas para design, visualização e diversos tipos de simulação utilizando o serviço Autodesk 360. Stutz observou que há dez anos para se fazer simulação era preciso ter um PhD formado em Harvard, além de investir em hardware e software caros. 

Hoje com as ferramentas para dispositivos móveis a Autodesk está popularizando a simulação na área de manufatura e isso ajuda aos designers e engenheiros a vender suas ideias acelerando o desenvolvimento dos produtos e reduzindo erros e custos de projeto. A simulação facilita também o estudo de novos materiais na indústria automotiva, por exemplo, que se vê pressionada a reduzir o peso de seus veículos para minimizar o consumo de energia.

www.autodesk.com.br

 

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