Dassault Systèmes combate pirataria – Brasil está em 1º lugar

Postado em: 30 / 09 / 2014

Andy Clarkson: Não queremos ser agrassivos

Andy Clarkson: Não queremos ser agrassivos

Maria Edicy Moreira

Combater a pirataria de softwares é um desafio para todos os desenvolvedores porque há muitos usuários que têm convicção de que os softwares para ele têm de ser sempre grátis.  Para esse usuário o grande barato é burlar a lei e explorar ilegalmente os direitos autorais dos softwares. Ele se acha o mais inteligente, o mais esperto. Outros usuários aplacam seus dramas de consciência justificando para si mesmo e para os outros que não tem dinheiro para pagar o valor do software.

Assim, apesar de estar ciente dos desafios que irá enfrentar pela frente a Dassault Systèmes decidiu enfrentar o inimigo investindo pesado em seu Programa Antipirataria e Conformidade que está sendo desencadeando em nível global, inclusive no Brasil. Andy Clarkson, diretor do programa antipirataria, disse que uma pesquisa de mercado indicou que alguns produtos do portfólio da Dassault Systèmes estão sendo usados sem autorização oficial ou fora dos termos e condições do contrato de licença oficial, usando, por exemplo, licenças de demonstração em ambiente de produção.

A pesquisa revelou também que o Brasil é o número 1 no ranking dos países que mais pirateiam os softwares da Dassault Systems, e que essa ilegalidade cresce a uma taxa de 20% ao ano. Em segundo lugar aparece a China e em terceiro a Rússia.

Esse foi um dos motivos que levou o diretor do Programa Antipirataria e Conformidade, Andy Clarkson, a desembarcar no Brasil para ver de perto as ações que estão sendo desenvolvidas pela sua equipe na Dassault Systèmes do Brasil, liderada por Paulo Bozza. O trabalho está sendo feito em parceria com escritórios de advocacia e consultoria e, segundo Clatkson, as ações que estão sendo desenvolvidas no Brasil estão em perfeito alinhamento com o programa global dirigindo por ele.

Clarkson disse que a Dassault Systèmes já identificou mais de 50 empresas que usam softwares ilegais da companhia, principalmente o SolidWorks, que aparece como o mais pirateado, e o CATIA, que aparece em segundo lugar. Além disso, aparecem na lista de pirateados o Simulia, o Delmia, entre outros.

Apesar disso, o executivo disse que a Dassault Systèmes é uma empresa socialmente responsável e não quer parecer agressiva, mas vai levar adiante o seu programa antipirataria propondo primeiro o engajamento dos ilegais, chamando-os para conversar e propondo um plano para a legalização, porém, se depois de todos os esforços o usuário se recusar a legalizar seus softwares a Dassault dará início a ações judiciais.

A companhia está trabalhando em quatro frentes: Engajamento (conversas com os usuários ilegais e apresentação de um plano para a legalização); Educação (conversas com reitores de universidades e apresentação de projetos que envolvam os estudantes no uso dos softwares da Dassault Systèmes para que eles se conscientizem dos prejuízos que a pirataria traz aos desenvolvedores também aos usuários); Engenharia (desenvolvimento de novas tecnologias que dificultem a quebra dos protocolos de segurança dos softwares da Dassault Systèmes); e por último Ações Judiciais para o ressarcimento dos prejuízos causas à Dassault Systèmes, se as iniciativas anteriores não apresentarem resultado.

Clarkson reconhece que esses processos são lentos porque exigem uma mudança de cultura e de comportamento, além disso, demandam educação, mas a Dassault Systèmes vai seguir em frente trabalhando com uma visão de longo prazo colocando em prática todas ações previstas no programa antipirataria para que o mercado não veja a Dassault Systèmes como uma companhia agressiva, mas, se apesar de todos os esforços o usuário não quiser legalizar seu software, ela vai aplicar a Lei.

O ex-detetive Clarkson disse que vai usar a experiência que acumulou durante os 24 anos que trabalhou como profissional das investigações para desenvolver o programa antipirataria da Dassault Systèmes. Segundo ele, a experiência como detetive lhe ensinou que no caso de alguma suspeita de ilegalidade a solução não é só pegar o criminoso e colocar na cadeia, é preciso antes interagir com a comunidade em que ele vive, entender o seu contexto para depois chegar à prisão. E é assim que ele vai atuar no programa antipirataria da Dassault Systèmes.

 

Flexibilização

Para minimizar a pirataria, Clarkson disse que a Dassault Systèmes está estudando novas formas para flexibilizar o licenciamento de seus softwares, inclusive pela nuvem, para tornar seus aplicativos mais acessíveis. Porém, a companhia tem vários produtos que vieram de aquisições recentes, cada um com seu modelo de licenciamento, por isso essa flexibilização deve demorar um pouco.

O executivo disse que está sendo feito um levantamento dos softwares mais pirateados, além do CATIA e do SolidWorks, e nos próximos 18 meses a Dassault terá mais informações para ampliar a flexibilização do licenciamento de seus softwares.

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