Executivo da MSC anuncia nova arquitetura de softwares CAE

Postado em: 02 / 08 / 2013

Lambert: Nova geração de CAE deixa arquitetura dos anos 60 para trás

Maria Edicy Moreira

A MSC Software, que criou os pilares dos softwares CAE na década de 60 - tecnologia que até hoje é a base da arquitetura de seus softwares e das soluções dos concorrentes - promete para breve uma nova geração de softwares CAE. A empresa, que está completando 50 anos em 2013, vem reinventando a si mesma e trabalhando no Predator Project, que promete revolucionar pela segunda vez o mercado de softwares CAE.

Em recente visita ao Brasil o vice-presidente da MSC Software para as Américas, Michael Lambert, anunciou para breve uma nova geração de softwares CAE que deixará para trás a arquitetura desenvolvida para esse segmento de softwares nos anos 60 pela própria MSC. Lambert observa que o processo atual de solução de problemas disponível nos softwares CAE tem etapas bem definidas: pré-processamento, solver e pós-processamento, mas o futuro da tecnologia aponta novas necessidades dos usuários.

Lambert: Novos CAE vão solucionar vários problemas ao mesmo tempo

Por isso, o grupo de investidores privados que comprou a MSC em 2009, investiu em novos líderes e decidiu dar um passo atrás para começar tudo de novo, criando uma arquitetura de CAE totalmente nova, que recebeu o nome provisório de Predator Project. “Historicamente as alterações que fazíamos em nossos softwares eram baseadas na arquitetura de CAE que a MSC criou nos anos 60 e isso não permitia fazer mudanças radicais”, afirma Lambert.

A nova arquitetura de sistemas CAE que a MSC Software está desenvolvendo tem como objetivo atender às novas solicitações dos usuários permitindo solucionar diversos problemas físicos simultaneamente e quase em tempo real. Segundo Lambert, o Predator está à frente de tudo que a MSC já desenvolveu e vai ajudar os usuários a solucionar vários problemas de análise de uma vez. Hoje o cliente precisa de algo que combine todas as soluções e, é isso que a MSC está trabalhando para oferecer. “Estamos buscando a uma nova maneira de obter respostas mais rapidamente para os clientes.”

 

Provedores de CAD/CAE x MSC

MSC Fatigue é uma das soluções que ajudaram a MSC se firmar no mercado de CAE nos últimos 50 anos

Sobre a competição com os provedores de CAD, que agora oferecem CAE junto com sua solução de design, Lambert disse que esses desenvolvedores não representam ameaça para a MSC  porque alguns clientes vão se contentar com as soluções CAE fornecida pelos provedores de CAD, mas ainda há aqueles que preferem trabalhar com equipes de cálculo separadamente, por isso, sempre haverá espaço para os especialistas em CAE como a MSC que foca nessa categoria de softwares.

Por se dedicar exclusivamente aos softwares CAE, a MSC Software fez história nesse segmento de mercado oferecendo softwares para a solução de problemas complexos nas indústrias aeroespaciais, de automóveis, cadeia produtiva, máquinas pesadas, produtos de consumo entre outros. Segundo ele, além de atender às grandes indústrias, a MSC fornece seus softwares às empresas de médio e pequeno porte que têm problemas complexos para solucionar.

A MSC Software oferece ainda serviços de cálculo àqueles clientes que não podem adquirir seus softwares. Essa alternativa permite aos usuários experimentarem as soluções MSC antes de optar pela compra dos softwares. “Essa estratégia cria uma aproximação entre a MSC e os clientes”, diz Lambert.

MSC Nastran é uma ótima solução para simulações e análises em projetos de equipamentos pesados

Ele explica que no segmento de produtos de consumo os softwares da MSC Software podem ajudar a aprimorar produtos com especificações de segurança que dependem de cálculos mais precisos e também aqueles produtos que têm necessidades de cálculo específicas como os alto-falantes, a acústica de câmeras ou de um relógio que necessitam de algum som específico.

Além de seus softwares principais, voltados a várias aplicações no segmento de CAE, a MSC Software customiza seus sistemas para atender às necessidades específicas dos clientes. Tais soluções podem se tornar produtos comerciais para atender a outros clientes como é o caso do Adams Machinery para análise de produtos que se movem. O software permite configurar em algumas horas, uma análise que em um software comum poderia levar de 2 a 3 dias. “Temos uma equipe que faz a interação com os clientes e desenvolve soluções específicas para facilitar a vida dos usuários.”

O cliente pode escolher usar as soluções comerciais da MSC ou optar por uma solução específica. “Geralmente começamos com soluções bem específicas. Depois os clientes vão ampliando sua biblioteca de software”, afirma Lambert. O Machinery, por exemplo, é uma solução para problemas típicos das indústrias nas áreas de cabos, correntes e polias.

Adams Machinery é um aplicativo do Adams específico para simulações em produtos que se movimentam

Lambert observa que o CAE surgiu antes do CAD e isso talvez justifique o amadurecimento da tecnologia. A MSC lançou seus sistemas CAE há 50 anos e até hoje esse tipo de software mantém seu vigor no mercado. Analistas preveem que nos próximos cinco anos o CAE deverá crescer 12% ao ano enquanto o CAD deverá crescer 1% ou 2%.

 

Brasil mais competitivo

Michael Lambert falou sobre as dificuldades do Brasil em desenvolver produtos competitivos em nível global por causa dos altos custos de desenvolvimento e destacou também do empenho da MSC em ajudar a mudar esse cenário com seus softwares e serviços no segmento de CAE.

O executivo observou que há 15 anos o Brasil tinha um custo baixo de desenvolvimento, mas esse custo se elevou e as multinacionais estão direcionando seus investimentos para a Ásia. “Hoje o Brasil tem problemas de países desenvolvidos como Japão, Austrália, Europa e Canadá porque a mão de obra encareceu.”

A MSC vem ampliando sua equipe técnica e comercial para ajudar as indústrias a investir em tecnologias CAE para reduzir custos de desenvolvimento e melhorar a qualidade de seus produtos. “As indústrias precisam investir em tecnologias CAE enquanto há tempo para que a força de trabalho que existe hoje não perca a competição para a Índia e a China.”

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