Autodesk ajudará UFU a reduzir custo de prótese para R$ 5 mil
Postado em: 05 / 10 / 2016
Primeira prótese-teste desenvolvida pelos pesquisadores da UFU com o apoio da Fundação Autodesk
Maria Edicy Moreira
A Autodesk selecionou um grupo de pesquisadores ligados ao BioLab -Laboratório de Engenharia Biomédica e ao Grupo de Realidade Virtual e Aumentada da UFU -Universidade Federal de Uberlândia para receber o primeiro aporte da Fundação Autodesk no Brasil. Combinando diversas tecnologias como modelagem 3D (por meio do software Autodesk Fusion 360), realidade virtual, realidade aumentada e impressão 3D, os pesquisadores estão trabalhando em um projeto que tem como proposta desenvolver próteses para membros superiores voltadas à população de baixa renda.
Atualmente uma prótese que oferece conforto e mobilidade ao paciente pode custar até 300 mil reais. Com essa nova metodologia proposta pelos pesquisadores da UFU o custo da prótese poderá cair para 5 mil reais com a vantagem de contar com um intenso trabalho multidisciplinar para promover a adaptação do paciente à prótese, que será sempre personalizada.
“Cada pessoa é única, então nunca haverá uma prótese que seja igual para dois indivíduos, não com o mesmo nível de compatibilidade”, afirma Alcimar Barbosa Soares, chefe do departamento de pesquisa da Faculdade Biomédica da UFU.
Por isso, além de baratear os custos das próteses, outro grande desafio para os pesquisadores é promover a adaptação do paciente à prótese, uma das questões mais críticas na ortopedia. Para facilitar esse processo os pesquisadores da UFU trabalham com uma equipe multidisciplinar envolvendo profissionais de diferentes áreas como engenheiros, ortopedistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e agentes sociais. O objetivo é reduzir ao máximo o tempo de adaptação dos pacientes, que sem o apoio das tecnologias de RV e RA e de uma equipe multidisciplinar, leva de 3 a 12 meses.
RV e RA na reabilitação
Realidade Aumentada e Realidade Virtual permitem ao paciente treinar com prótese virtual em casa
Por mais de 20 anos os pesquisadores da UFU têm trabalhado com Realidade Virtual e, mais recentemente com Realidade Aumentada, em processos de reabilitação humana. No início dos estudos do BioLab com RV e RA, todas as simulações eram feitas apenas no computador. Em seguida, identificou-se a necessidade de combinar a simulação no computador com a manipulação direta do paciente com o modelo virtual apoiado pelas tecnologias de RV e RA.
As novas experiências mostraram que esse tipo de interação reduz o esforço mental do paciente durante a reabilitação. Além disso, o pesquisador e professor, Edgar Lamounier, diz que a interação com o ambiente virtual tem a vantagem de permitir ao paciente treinar com a prótese em casa, eliminando a necessidade de locomoção até a clínica de reabilitação.
Equipamentos e materiais
O primeiro aporte financeiro da Fundação Autodesk está sendo aplicado em equipamentos e materiais que serão utilizados na etapa de testes das próteses, pois trata-se de um processo que envolve tentativa e erro. O projeto está em fase inicial e deve ser concluído em 4 anos, sendo que os primeiros modelos deverão estar prontos em agosto de 2017. “Nosso objetivo é que com o apoio de agências e instituições governamentais, o projeto possa beneficiar uma parcela significativa da população de baixa renda”, diz Alcimar Soares.
“A Autodesk tem como missão ajudar pessoas a imaginar, criar e projetar um mundo melhor, por isso, apoia iniciativas como esta desenvolvida pelos pesquisadoras da UFU. Mais que a facilidade no processo de fabricação das próteses, os pesquisadores estão trabalhando para aumentar a inclusão de pessoas com deficiências físicas de baixa renda”, afirma Fabio Gomes, especialista técnico da Autodesk Brasil.
Conheça a Fundação Autodesk
Lançada em março de 2014, a Fundação Autodesk alinha o core business e expertise em design da Autodesk com ações filantrópicas. A missão da Fundação é apoiar pessoas e organizações que usam o design para gerar impacto positivo no mundo. Como primeira organização que traz esse conceito de apoio ao design como ferramenta de impacto, a Fundação Autodesk não busca projetos de forma proativa, mas tem um olhar voltado para os designers que trabalham para fazer do mundo um lugar melhor.
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